O Poeta - Marcelo Soares do site Uarevaa
Ficava ali sentado, olhos atentos para o nada, fixos em lugar nenhum. Na mão direita o cigarro queima erguendo uma fumaça que gera imagens só percebidas por ele. Na boca a secura provocada pelo vicio, o vicio da água de chuva destilada que não toca os seus lábios há algumas horas.
Os papéis sobre a mesa a sua frente mostram os seus poemas, delírios de uma mente há muito tempo desconectada dessa realidade. Junções de palavras desprezadas pelos que ali passam. “Sem graça”, “não tem sentido”, “pseudo-poeta”, dizem as vozes quando se retiram de perto do homem sentado com olhar fixo. Ele sabe o que falam, não dá ouvidos ou a mente nem processa mais. Aquelas letras reunidas são um escape, um portal para seus pensamentos, seus desejos.
O cigarro se apaga em seus dedos, o movimento de seres fantasmas ao redor cessa. Seus olhos pesam, um vento leve que chega vindo de um além qualquer leva os papéis ao chão. O homem por trás da poesia era levado também.
Os olhos dele se fecham enquanto o cigarro cai de sua mão e a respiração lentamente desaparece, tudo junto com a ida de seu queixo de encontro ao seu peito. Sua poesia suspende-se no ar, levada pela brisa. O poeta, enfim, transporta-se para sua realidade.
Os papéis sobre a mesa a sua frente mostram os seus poemas, delírios de uma mente há muito tempo desconectada dessa realidade. Junções de palavras desprezadas pelos que ali passam. “Sem graça”, “não tem sentido”, “pseudo-poeta”, dizem as vozes quando se retiram de perto do homem sentado com olhar fixo. Ele sabe o que falam, não dá ouvidos ou a mente nem processa mais. Aquelas letras reunidas são um escape, um portal para seus pensamentos, seus desejos.
O cigarro se apaga em seus dedos, o movimento de seres fantasmas ao redor cessa. Seus olhos pesam, um vento leve que chega vindo de um além qualquer leva os papéis ao chão. O homem por trás da poesia era levado também.
Os olhos dele se fecham enquanto o cigarro cai de sua mão e a respiração lentamente desaparece, tudo junto com a ida de seu queixo de encontro ao seu peito. Sua poesia suspende-se no ar, levada pela brisa. O poeta, enfim, transporta-se para sua realidade.
Texto publicado no Farrazine #17 que você pode ver online aqui ou baixar aqui
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