Peço direito a fazer um off-topic aqui no blog...
Como as pessoas que costumam vir aqui sabem; a temática do blog é divulgar a revista online Farrazine e o objetivo desta, por sua vez, é publicar trabalhos autorais da websfera - Ou algo parecido com isso, já nem sei...
Geralmente não falamos sobre política ou coisas do tipo - Na realidade nós só nos interessamos por coisas divertidas... ok, piadinha infame, desculpem... mas faço um parêntesis para comentar sobre o momento dessa transição entre o governo Lula e o "novo" governo que o Brasil terá com Dilma Roussef no poder.
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Abr - retirada do G1 |
E ressalto o que mais atenção me chamou na hierarquia política que há dentro da organização presidencial dela.
O vice-presidente é o Michel Temer.
E não digo isso para fazer analogia do sobrenome dele... reparem como ele convida o leitor ao medo - Temor, temer... ok, desculpem... outra piadinha infame... Digo porque o vice tem uma importância de tanto peso como o presidente da república para a nação.
É "comum" - são importantes as aspas porque eu não gosto de generalizar nada, mas acho esta, a palavra mais apropriada para dar o sentido que quero dizer - temos a facilidade em esquecer ou desconsiderar os segundos em quase tudo no nosso cotidiano. Esse hábito não tem maiores consequências geralmente em nossas vidas; mas, sim teve, no outono de 1985 quando o presidente eleito Tancredo Neves morreu, antes de assumir o poder, e foi substituído por seu vice José Sarney.
Daí para frente o Brasil foi caracterizado por duas coisas durante bastante tempo;
1ª - A consolidação da democracia depois da luta do povo nas famosas "DIRETAS JÁ" - de fato, as DIRETAS, são uma das provas históricas que sim é possível mudar as coisas... Só depende de atitude, vontade e a sempre chatinha persistência.
Manifestantes das DIRETAS com faixa em alusão a música "Apesar de você" do Chico Buarque |
2ª - Uma das maiores - senão a maior - crises econômicas do país tendo a moratória (suspensão do pagamento da dívida externa) e a inflação sem controle como protagonistas - no caso da última eu lembro bem que quando meu pai cobrava o salário do mês tinhamos que sair correndo para fazer as compras senão o dinheiro já não valia nada e passariamos o mês no maior aperto. (E isso era tão sério que algumas vezes o preço do leite ou do pão era um pela manhã e outro pela tarde... A coisa chegava a níveis tão altos do absurdo que os estabelecimentos comerciais tinham uma pessoa com uma máquina para remarcar os preços dos produtos... Era normal, também, enfrentar filas escandalosas para comprar ovos ou descobrir que havia familías que congelavam o leite para garantir o alimento da semana seguinte...)
Nosso país sente os efeitos dessas duas coisas até hoje em dia. No caso da primeira somos testemunhas da posse de outro presidente de maneira democrática faz alguns dias.
No caso da segunda fomos vítimas do Plano Cruzado, uma "milagrosa" - essa aspas são irônicas e foram postas aí sem querer - idéia que produziu o seguro-desemprego que ainda temos presente, mudanças vertiginosas em nossas moedas culminando no Real que ainda temos presente e perdas monetárias a milhões de brasileiros que brigam até hoje na justiça contra bancos e governos
Não quero dizer que o Michel Temer teria um hipotético governo com tantos disparates como teve "nosso querido" - eu sei, eu sou um pouco irônico e essas aspas foram postas de propósito agora - Sarney.
Mas chama a atenção que nosso vice eleito é presidente do PMDB, partido com ideologia centrista de maior número de afiliados no Brasil. Além de ser o partido com maior representação política no Congresso Nacional, bem como o que tem maior número de prefeitos, vereadores e governadores.
Acho melhor exemplificar o que quero dizer de outra maneira também...
Fernando Collor era do PMDB quando foi eleito presidente do Brasil... Isso também aconteceu com Fernando Henrique Cardoso, Itamar Franco e adivinhem qual era o partido de Sarney? Pois é...
Todos esses mandatos foram bastantes diferentes do governo do PT nesses últimos 8 anos.
Eu não quero defender o PT ou o Lula com esse texto nem criticar o PMDB... Na verdade, minha intenção era pôr em discussão algo que não ouvi ser muito comentado durante essa transição política. Ou seja;
O que aconteceria se a Dilma não pudesse exercer sua função como presidenta do Brasil? Passaríamos de um governo de centro-esquerda a um governo de centro em um piscar de olhos? É isso?
Esse "What If" - são as últimas aspas irônicas eu prometo - poderia não ser nada divertido se acontecesse.
Lembro que o Itamar Franco deu uma entrevista dizendo que não estava de acordo com as medidas de Collor na época, mas ainda assim, era seu vice e apoiava seu mandato...
Que essa bonita - em teoria eu deveria ter posto aspas na palavra bonita... mas como eu prometi parar, foi sem aspas mesmo. Só que elas deveriam estar ali, ok?! - união entre PT e PMDB é conveniente não discutimos... Mas até que ponto essa conveniência é conveniente para o Brasil? É evidente que o povo votou na continuidade do PT... É evidente que o povo quer ver a Dilma, apadrinhada pelo Lula, na liderança do país.
Não seria democrático que o governo mudasse de ideologia política por alguma desgraça, não é verdade? - E longe de mim desejar algo ruim a nenhum deles com essas observações!
Pra ser sincero eu não tenho preferências políticas, por razões que não convém tratar aqui, mas pensando nessas e outras coisas vejo que o caminho seguido pelos partidos é obediente a definição da palavra "política" no wikipédia;
* No sentido comum, vago e às vezes um tanto impreciso, política, como substantivo ou adjetivo, compreende arte de guiar ou influenciar o modo de governo pela organização de um partido político, pela influência da opinião pública, pela aliciação de eleitores;
* Na conceituação erudita, política "consiste nos meios adequados à obtenção de qualquer vantagem", segundo Hobbes ou "o conjunto dos meios que permitem alcançar os efeitos desejados", para Russel ou "a arte de conquistar, manter e exercer o poder, o governo", que é a noção dada por Nicolau Maquiavel, em O Príncipe;
* Política pode ser ainda a orientação ou a atitude de um governo em relação a certos assuntos e problemas de interesse público: política financeira, política educacional, política social, política do café;
* Numa conceituação moderna, política é a ciência moral normativa do governo da sociedade civil.
* Outros a definem como conhecimento ou estudo "das relações de regularidade e concordância dos fatos com os motivos que inspiram as lutas em torno do poder do Estado e entre os Estados";
Nos meus delírios gostaria que essa palavra significasse simplesmente;
* "Apoiar o cidadão sem dar importâncias a pessoas, nomes, partidos ou governos dando prioridade a igualdade social e econômica apelando ao apoio de todas as instituições nacionais"
Seria bom se todos os partidos apoiassem o governo em vigor sem pressões ou interesses mesquinhos... No fim das contas o objetivo é um Brasil melhor, não é? E se ele vai ficar melhor qual importância teria um personagem ou partido?
Infelizmente isso não é assim... E tá bem, eu sei que estou viajando na maionese, mas gosto da idéia de John Lennon na letra Imagine.
O chato é que pessoas como Luther King, Gandhi, Jesus e etc... deixam boas lembranças mas as atitudes das pessoas continuam as mesmas. Como diria Roberto Carlos, parece que TODOS ESTÃO SURDOS!
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